Joseph Roth (traxe escuro) con Stefan Zweig |
“Este livro
prescinde dos leitores “objectivos”, que com a benevolência barata e azeda, a partir das
vacilantes torres da civilização ocidental, lançam olhares de soslaio para o Próximo
Oriente e os seus habitantes; que, por pura humanidade, lamentam a deficiente canalização e, por medo de contágio, encerram
em barracas emigrantes pobres, onde a solução de um problema social é deixado
ao critério da morte em massa.”
Estas
palabras escribiunas Joseph Roth no prefacio ao seu ensaio Judeus errantes, publicado en 1927. Non escribía sobre os eternos
refuxiados da Siria ou da Palestina, do Irak ou do Kurdistán, senón, na altura,
xa, dos “piolhos romenos, percevejos galicianos e pulgas russas”. El era un
dese “percevejos galicianos”. Escribiu nunha ocasión: “Quanto mais ocidental for a origem do judeu, mais judeus
há para os quais ele olha com desdém. O
judeu de Frankfurt olha com desdém para o judeu de Berlim; o judeu de Berlim
olha com desdém para o judeu de Viena; o
judeu de Viena olha com desdém para o judeu de Varsóvia. Depois, vêm ainda os
judeus da longínqua Galicia, que são desdenhados por todos eles, e eu sou de
lá, o último de todos os judeus”.
Roth
era un xudeu da Galicia occidental cando toda ela estaba integrada no Imperio
Austro-húngaro ao que sempre botará de menos. Un dos “grandes” da literatura
alemá; mesmo, se imaxinamos un xenérico ámbito literario universal, sería un
dos “grandes”. Hai milleiros deles que nunca daremos coñecido. A creación
literaria é inabarcábel non só para o individuo senón para calquera institución
por moitos recursos cos que conte. Cantas grandes obras da literatura ficarán para
sempre descoñecidas, comestas polo tempo, a couza ou a desesperación dos seus
autores?. E que dicir das autoras, primeiras ignoradas. Non falamos só do
malditismo como actitude persoal senón da maldición de vivir tempos convulsos
como é o caso de Roth e moitos dos seus amigos.
Non
descubro nada novo a respecto do autor de “A lenda do Santo Bebedor”, quen como
o protagonista da novela, Andreas Kartak, enchoupado en alcol, era un lúcido premonitor,
para a súa desgraza e a dos seres humanos que merezan ser considerados como
tales, de futuros inmediatos e evidentes. “Já
se apercebeu certamente que nos esperam grandes catástrofes. Independentemente
das privadas -pois a nossa existência literária e material está destruída-,
tudo aponta para uma nova guerra. A vida pouco ou nada me diz. A barbárie
conseguiu impor-se. Não tenha ilusões. É o reino do inferno.”
Escribiu en 1933.
Roth
non agardou a ollar como se desencadeou o horror absoluto, como diría o seu
admirado Joseph Conrad; faleceu, o 30 de maio de 1939, aos 45 anos, preso con
correa nun hospital para indixentes.
O
seu derradeiro escrito titúlase “O Carvalho de Goethe en Buchenwald” e remata así: “... que eu saiba, até agora, ainda nenhum dos ocupantes
do campo de concentração foi amarrado ao
carvalho, á sombra do qual se sentou Goethe con Frau von Stein e que, graças à
lei de protecção da natureza, ainda
cresce; pelo contrário, foram-no a outros carvalhos de que esta floresta não
carece”.
Domingo,16 de abril de 2017
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